segunda-feira, 16 de março de 2015

A Quarta Revolução

By Marcos Mucciatto
A democracia corre perigo, e as transformações em escala global são inevitáveis. Na china, na Academia de Liderança Executiva em Xangai, frequentam anualmente 10.000 pessoas para produzir governos mais eficientes proporcionando assistência médica mais barata e escolas disciplinadas. No mundo todo, políticos e burocratas estão vasculhando exemplos estrangeiros em busca de ideias.  O principal desafio político da próxima década, será consertar o governo. Os países que forem capazes de construir um bom governo, terão melhores chances de proporcionar aos seus cidadãos um padrão de vida razoável.
AS REVOLUÇÕES ANTERIORES
A primeira revolução aconteceu no século XVII em plena guerra civil inglesa, os Estados nacionais se transformaram em impérios comerciais, e depois em democracias liberais empreendedoras. A segunda revolução ocorreu no fim do século XVIII e durante o XIX, quando as revoluções americana e francesa acabaram se espalhando por toda a Europa à medida que as reformas liberais substituíram os sistemas de patronagem monárquicos por governos mais meritocráticos e responsáveis. Os liberais ingleses pegaram um sistema velho e decrépito e o reformaram desde o âmago, priorizando a eficiência e a liberdade. Eles imitaram a china em ter servidores públicos civis profissionais, selecionados por concurso; atacaram o compadrio; abriram os mercados; e restringiram os direitos do Estado em subverter a liberdade. A terceira revolução foi uma sequência da segunda na metade do século XIX quando se questionava se cada cidadão tem direito a um voto, terá direito também acesso a educação e assistência médica, foi a invenção do moderno Estado de bem-estar social.
500 anos de Liberdade e Democracia
Europa e Estados Unidos foram fonte de novas ideias sobre como o estado deveria funcionar, sendo a liberdade e a democracia os elementos centrais deste modelo. A ascensão do Estado ocidental não se resumiu em criar um serviço público competente. A medida que se expandia, o estado ocidental concedia mais direitos aos indivíduos. Coisas como educação universitária que a um século atrás eram consideradas privilégio de homens brancos e ricos, passaram a ser vistas como serviços públicos, em alguns casos até mesmo gratuitos, para todos cidadãos. Com todos estes benefícios, o Estado ocidental padece de outro mal: o inchaço.
O FIEL DA BALANÇA
Os direitos sociais aumentaram à medida que as populações envelhecem. Os governos dominam as áreas da economia, como saúde e educação, que são resistentes ao aumento da produtividade. A ânsia de aumentar os tentáculos do governo tem crescido tanto na esquerda quanto na direita, uma exaltando a importância de hospitais e escolas, outra enaltecendo presídios, exércitos e polícias, e ambas multiplicando leis e regulamentos.
A REVOLUÇÃO NECESSÁRIA
Nos países ocidentais avançados, a era do cada vez mais se aproxima do fim. É chegada a hora da quarta revolução. A dependência de indivíduos com mais de 65 anos para com indivíduos com idade entre 20 e 65 anos, aumentará. Mudar este quadro, no entanto, não será um processo indolor, e sim uma batalha sangrenta entre governos falidos forçados a cortar serviços públicos, eleitores ressentidos querendo manter seus direitos sociais, pagadores de impostos que querem mais benefícios com o dinheiro que dão ao governo e poderosos sindicatos de servidores públicos que querem manter seus privilégios.

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