Uma discussão, salutar
devemos ressaltar, que ocorre em Foz do Iguaçu diz respeito a transferência da
gestão do Samu e duas Unidades de Pronto Atendimento, aos cuidados da Fundação
Municipal de Saúde, seria uma espécie de PPP. O governo é favorável, diversas
categorias profissionais são contrários e o que pensa o maior interessado no
assunto, o usuário?
Não falo por todos, aliás,
falo por mim mesmo, tenho minhas convicções à respeito do assunto. Eu sou
favorável a parceria pública privada, desde que:
O governo não interfira,
de maneira alguma, no modelo de gestão adotado. Ele deve simplesmente fazer os
devidos repasses e cobrar resultados, nada mais que isso. Quem vai assumir o
controle do processo será definido pela contratada, sem a interferência de
prefeito, secretário ou vereador, se as coisas estiverem dentro dos preceitos
da lei.
Existe uma verdade
absoluta, na administração pública, a única coisa que funciona 100% ou quase
isso, é o departamento de arrecadação, é fato! O que acompanhamos no noticiário
local, a Fundação Municipal de Saúde já nasceu morta, tem problemas de toda
natureza e já existe pedido do Ministério Público quanto ao fechamento dela.
Sendo assim, entende-se que estão criando mais dívidas em nome de um falido.
Já comentamos que a
extinção do contrato com a PróSaúde, que bem ou mal gerenciava o Hospital
Municipal, foi feito de forma precipitada e sem um planejamento de médio e
longo prazo, simplesmente, em um intervalo de 6 meses, troca-se toda estrutura.
Não vem ao caso, neste momento analisar motivos mas um é claro, Foz do Iguaçu é
caracterizada como uma cidade onde o que um faz o outro estraga, mesmo que
esteja benéfico a população.
Quando do suposto Termo de
Ajuste de Conduta com relação a PróSaúde, assinado – diz que assinou – pelo prefeito,
tinha lá o MP suas razões mas, nem todas as razões, pois o assunto era tema de
julgamento pelo STF. Nesta condição, não poderia, naquele momento, dizer quem
tinha ou não razão e desta forma, a troca foi, no meu modo de entender,
precipitada.
Pela própria
característica da gestão pública e seus arcaicos – mas necessários –
procedimentos, ela é ineficiente, coisa que uma empresa privada não possui. A tomada
de decisão é muito mais rápida e eficiente por não ter amarras das leis que,
aliás, existem para frear as possíveis distorções quanto a aplicação do
dinheiro público.
Conforme matéria publicada
na Revista Exame, em Goiás, um problema típico como o nosso, foi resolvido em
três anos, quando o governo entregou a gestão de um importante hospital para uma
Organização Social formada por 23 médicos e gestores, chamada Gerir. Tais
organizações sociais não podem, por lei, ter fins lucrativos, mas seus sócios
podem ser remunerados pelos serviços prestados.
Conforme a reportagem, uma
das principais mudanças se deu no orçamento. Tradicionalmente, as instituições
públicas de saúde recebem recursos conforme o número de atendimentos
realizados. É um incentivo ao desperdício. Especializados em cirurgias de
urgência, como as de lesões causadas por acidentes de trânsito, os médicos costumavam
fazer intervenções que poderiam ser resolvidas num posto de saúde, como tirar
uma unha encravada.
No novo modelo, o
orçamento só aumenta com o cumprimento de metas de produtividade e qualidade do
serviço. Por exemplo, o índice de infecções contraídas no hospital precisa
diminuir. Em três anos, a taxa de infeccionados caiu de 72% para 9% entre os
internados na unidade de terapia intensiva.
Outra grande vantagem foi
que a gestão privada livrou o hospital das amarras da máquina pública. Antes, a
exigência de licitações fazia uma aquisição de remédios demorar cinco meses. As
compras agora são feitas num site que compara preços de 7 000 distribuidores, e isso
rende até 70% de desconto e ainda se considera o tempo de entrega dos referidos
medicamentos.
A gestão de pessoal também
foi afetada. Quando era gerido pelo governo, o hospital tinha 1 700 servidores, a maioria
concursados. Alguns não
apareciam para trabalhar. Boa parte deles foi realocada na Secretaria de Saúde,
e os novos gestores contrataram empregados sob o regime de carteira de
trabalho. As medidas ajudaram a cortar 30% das despesas. A economia permitiu
adicionar 172 leitos. Em três anos, o volume de cirurgias complexas e exames
dobrou.
Muita gente não vai gostar
do que falo, mas existe um significativa parcela de funcionários concursados,
em toda esfera governamental, que basicamente cumprem horário. É um mal que uma
gestão privada corta pela Raiz. Se cedido pelo governo para cumprir qualquer
tarefa, tem que cumprir caso contrário devolve embalado ao prefeito e contrate,
via CLT, quem realmente quer trabalhar.
Uma gestão desse tipo
tende a não terceirizar serviços, quando possível, pois o custo é mais elevado.
Salários e encargos continuam o mesmo mas o dispêndio de verbas se dá no
percentual de taxa de administração cobrada na parceria.
Sendo assim, uma gestão
eficiente é capaz de gerir o Hospital, o Samu, as Upa’s e bem pensado, coisas
que eles fazem bem, até os Postos de Pronto Atendimento. Mantém-se pleno
atendimento, desprezando-se os inúmeros pontos facultativos que generosamente
governantes propiciam, faz-se da gestão um instrumento que zela pelo bem
coletivo e oferecendo melhores serviços a comunidade, que é quem paga a conta.
Por isso, não se deve
desprezar a questão Parceria Pública Privada. Se buscamos eficiência e
eficácia, o caminho é esse, o poder público não tem como e muitas vezes, nem
sabe como. Tudo aquilo que está nas mãos do governo é suscetível a trapalhadas.
Claro que certas categorias são contrárias a qualquer mudança no Status Quo, mas entre o que pensa e necessita o usuário e o que
pensa as entidades, quem tem prioridade? E vou mais além, se necessitamos de uma educação ou segurança com qualidade, a gestão passa pelo mesmo caminho, caso contrário, é a perpetuação do problema.
Essa é minha opinião, sou favorável as PPP's mas não da forma como está sendo conduzida, deixo claro.
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