Por Marcos Mucciatto - Assessor parlamentar - Toledo/PR
A crise pode até ter raízes sólidas no front econômico, mas
é no campo político que ela será ou não revertida. Um choque liberal poderá
fazer fluir a energia represada de empresários e investidores e assim recolocar
o país na rota do crescimento. Inebriamo-nos com os bons anos da ultima década
e nos esquecemos de que a prosperidade tem que ser arduamente conquistada,
diariamente pelo conjunto dos cidadãos de uma nação. Iludiram os brasileiros que
o Estado é capaz de gerar riquezas e que o setor privado deve assumir um papel
secundário na economia. Isso nunca deu certo em país nenhum e não seria aqui no
Brasil que este socialismo politiqueiro teria sucesso.
O FIM DE UM ARRANJO
Estamos vendo o fim de um arranjo programático comandado
pelo PT que foi majoritário por 12 anos.
Esse arranjo permitiu governar com o apoio do congresso, da população e de
empresários. Na conjuntura de fatores, houve uma explosão nos preços das
matérias primas, provocada pela ascensão chinesa e sua consequente fome por
minérios e grãos. O Brasil, como vários outros países emergentes, ganhou com
isso, as exportações avançaram de 60 bilhões de dólares, em 2003, para 242
bilhões, em 2013. A riqueza serviu para financiar gastos públicos e bombar a
oferta de crédito. A expansão de programas sociais, como o Bolsa Família e o
Prouni, encantou a população, principalmente os mais pobres.
COLIGAÇÃO DE EXTREMOS
O crescimento do Estado serviu para angariar apoio político,
numa coligação que incluiu partidos, desde a extrema esquerda, como o PCdoB, até
a direita, como o PP. De 2003 a 2014, o desemprego caiu de 13% para 5%. Mas, a
atual crise mostrou que o modelo é insustentável, porque o déficit das contas
públicas já chega a 8% do PIB. E a dificuldade de manter alianças tão
heterogêneas é uma das razões, de um lado, para o inchaço do Estado, que mantém
39 ministérios e cerca de 24.000 funcionários em cargos de indicação política,
de outro, para a corrupção que vai sendo descoberta na operação Lava-Jato.
ANO PERDIDO
O modelo não funciona, porque exige um constante aumento de
carga tributária, e o país está rejeitando esta saída. A confiança do
consumidor nunca esteve tão baixa, os dados mostram que só 10% dos brasileiros
acreditam que a economia esteja indo bem. Um levantamento feito pela
consultoria Betânia Tanure, a pedido da revista EXAME mostra que 65% dos
executivos das maiores empresas consideram 2015 um ano perdido e 60% afirmam
que 2016 irá pelo mesmo caminho. A única certeza hoje é que 2016 será um ano
muito difícil.
ESGOTAMENTO DE UM MODELO POLÍTICO
A recessão, os escândalos de corrupção e a dificuldade para
fechar as contas públicas são sintomas de um mesmo problema: o modelo político
e econômico em vigor desde 2003 chegou ao esgotamento. Os gastos públicos não
param de crescer e o governo não consegue fazer o ajuste necessário. A economia
sofre com o peso do Estado e com incertezas da política. Para os economistas e
empresários, só com medidas liberais o país vai se livrar desta paralisia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja bem vindo e fique a vontade em comentar, mas seja educado, tá?