Marcos Mucciatto
DEUS ESTÁ
OUVINDO NOSSAS PRECES
Entre os
vários desentendimentos que assolam o governo e o PT, o mais grave, sem
qualquer dúvida, é o rompimento das relações entre o ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e o ex-ministro José Dirceu. Da antiga amizade, nada restou. Como
ambos estão ameaçados, agora cada um deles cuida da própria sorte e, para se
salvar, estão trilhando o caminho da autodestruição. Do mensalão para cá,
Dirceu não está disposto a pegar novamente cadeia. Seu objetivo é cumprir o
resto da pena e se mudar para Portugal, tentar esquecer o que passou e curtir
com a mulher e a filha o dinheiro que sobrou de suas "consultorias”. Se a situação se agravar, ele vai fazer
delação premiada e entregar todo mundo, particularmente Lula, que hoje é seu inimigo
nº 1. Depois que a bomba explodir, é melhor fugir para a Itália, aproveitando a
segunda cidadania que Dona Marisa Letícia oportunamente conseguiu, seguindo o
belo exemplo de Henrique Pizzolato. E lá na terra de Fellini, a famiglia Silva
então poderá dizer que la nave va...
BNDES
Empresas
amigas como a Friboi e a Odebrecht, governos amigos como os de Cuba e
Venezuela, foram contemplados. Um porto em Cuba, um metrô em Caracas são apenas
duas escolhas entre mil possibilidades de usar o dinheiro. Para discutir melhor
é preciso conhecer os detalhes. Na campanha Dilma mentiu sobre eles, ocultando
o papel de fiador do Brasil. O que sabemos da Friboi? Os dados indicam que
destinou R$ 250 milhões a campanhas do PT. Embora ainda não tenha os dados
completos, já posso afirmar que o BNDES financiou pobres e ricos. Mas ambos, os pobres de socialismo,
como os ricos aqui, do Brasil, são escolhidos entre os amigos do governo. De um
modo geral, o processo foi de financiar amigos ricos para que construam para os
amigos pobres. Tanto a Friboi como a Odebrecht fazem parte dessa constelação política
econômica que dominou o fluxo dos investimentos do BNDES. De um lado, o Bolsa Família assegurava a simpatia dos
eleitores: de outro, a bolsa dos ricos contribuía para as campanhas do tipo
vivemos num paraíso. Contribuía, porque hoje sabemos que outras fontes menos
sutis, como o assalto à Petrobrás, injetavam fortunas no esquema. Falou-se
muito no petrolão como o maior escândalo da História, mobilizando pelo menos R$
6 bilhões. Quando todos os segredos, inclusive os do fundo de pensão, forem
revelados, não importa a cifra astronômica que surgir daí: o grupo brasileiro
no poder é o mais voraz em atuação no planeta.
Odebrecht
Emilio
Odebrecht, patriarca da família que ergueu a maior empreiteira da América
Latina, começou a ter acessos de raiva. “Se prenderem o Marcelo (Odebrecht,
filho de Emilio e atual presidente da empresa), terão de arrumar mais três
celas”, costuma repetir o patriarca, de acordo com esses relatos. “Uma para mim,
outra para o Lula e outra ainda para a Dilma.” Marcelo Odebrecht parece muito com o pai, transmitiu
o mesmo recado: não cairia sozinho. Ao menos uma dessas mensagens foi repassada
diretamente à presidente da República. Desde
o começo, a investigação que revelou o maior esquema de corrupção já descoberto
no Brasil mostrou que, em 2015, é finalmente possível sonhar com um país com
menos impunidade.
NOTA COMPLEMENTAR DE RONALD ALBANEZ: Os investigados na Lava Jato que fazem uso da Delação Premiada estão sendo alvo de críticas da senhora presidente (me recuso terminantemente a utilizar o tal presidenta) defendendo que suas colocações não são verdadeiras.
O tal artifício jurídico foi sancionado por ela mesma e consiste em uma redução de pena em troca de se contar o que sabe. Para se ter direito a tal benefício se faz necessário que aquilo que foi delatado, o seja feito com provas. Sendo assim, quem aceita o acordo, de maneira alguma vai mentir pois sabe que sua situação, já complicada, vai se complicar ainda mais... Sendo assim, perdeu Dilma!
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