sexta-feira, 30 de agosto de 2013

A absolvição e suas razões

O episódio que culminou com a absolvição do deputado federal preso foi motivo dos mais diversos comentários e nós não poderíamos ficar de fora. Normalmente a lógica seria uma dura crítica ao resultado da votação, mas espera ai, não seria a hora de olhar todo o processo por outro ângulo? Foi isso que fiz nesses dois dias!

A ciência que trata da mente humana nos ensina que, o resultado em si, considerando quem votava, trata-se de mais um daqueles casos que podemos chamar rumo natural. A questão toda se baseia em três pilares. O primeiro é que quem manda realmente no Brasil é o congresso. Sendo o Executivo instrumento de manobra daqueles senhores, quem é então o STF?

Por outro lado alguns invocam a constituição, mas quem falou que a liderança do PT assinou aquele instrumento? Se não assinaram, o mesmo só terá validade no governo de quem a sancionou. O partidão e os aliados seguem outro caminho.

E foi clara e notória o desrespeito a hierarquia quando um promotor qualquer propôs denúncia contra o nobre deputado sem a autorização formal da casa de leis oras, se ele e aliados são da casa, a casa que puna, se for o caso!

Foi um placar apertado com muitos deputados votando a favor da perda do mandato mas os números já estavam definidos. Como a votação era secreta você poderia votar contra a cassação e dizer que votou a favor, como provar o contrário? Por outro lado, como o esquema já estava definido, votando a favor ou contra não surtiria efeito nenhum e assim, deu no que deu.

Mas vocês não sabem, o que casou lágrimas no congresso foi o discurso do deputado (réu é um termo pata plebeus) dizendo da falta de água dentro do presídio, que na hora do banho para se dirigir a sessão teve que encarar água fria. Que dorme em estado deplorável usando edredom comprado no Paraguai. Os deputados, sentidos logo pensaram, se a ingrata justiça faz isso com um cidadão que possui imunidade parlamentar, o que estará sofrendo o Marcola e o Beira Mar que nem isso tem?

Além disso, o que será da família do pobre preso, que terá que devolver o apartamento funcional. Vão para onde agora, uma casa do Minha Casa Minha Vida? Não, não podemos tomar os direitos do companheiro. Dignidade não pode ser retirada assim numa canetada, nem que seja por um ministro cotado para a presidência.

E tem mais, a Bolsa Reclusão que a família dele terá direito será de apenas 1.200,00 reais? Oras, isso não paga nem o IR do motorista da família. E viverão do que os familiares do nobres assessores do parlamentar?

Não, o congresso não pode ficar alheio a tamanho disparate, comissões serão criadas no sentido de contornar tais problemas pois nunca se sabe se alguns deles logo não estarão na mesma situação e caso a turma que enfrenta o processo do mensalão caia na mesa tocaia armada pelo STF contra a casa, nos casos envolvendo os ilustres citados no mensalão, não se abre nova votação pois já se trata de jurisprudência.

Portanto e pelo exposto, não tecerei crítica alguma e tenho certeza que os nobres que me honram com suas visitas ao blog chegarão à mesma conclusão. Agiram certo! E ciente de minhas obrigações como cidadão, abro aqui uma campanha para auxiliar todo o processo, quem possuir um manequim daqueles de roupas que não usa mais me avise.

Assim como um jogador de futebol não é nada. Assim como o policial sem sua farda é um ser normal. Assim como o viciado necessita de suas pedras, vou usar o manequim doado e mandar para presídio pois deve ser horrível, em época de campanha, um virtuoso político não ter umas costas para dar uns tapinhas...


Ótima final de semana a todos!

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