terça-feira, 18 de outubro de 2016

Liberdade cristã nos EUA, Rússia, Israel e Brasil

 

Embora fossem majoritariamente evangélicos em sua origem, os EUA

não privilegiam hoje o evangelicalismo e o governo americano claramente o desfavorece. Nas leis de liberdade religiosa dos EUA, todas as religiões são iguais. Assim, o evangelicalismo que fundou os EUA está oficialmente no mesmo nível do islamismo, do hinduísmo, do catolicismo, da bruxaria, etc.

 

De acordo com esse sistema americano de igualdade, oficialmente Jesus Cristo está no mesmo nível de Maomé, Belzebu e Satanás. Aliás, nas escolas americanas você pode rezar a Satanás e recitar o Corão islâmico, mas você não pode orar a Jesus Cristo nem recitar a Bíblia.

De acordo com esse sistema, o governo americano não pode honrar sua fundação evangélica acima do islamismo, hinduísmo, catolicismo, bruxaria, etc. Se o governo americano quiser parceria religiosa, não pode dar preferência ao evangelicalismo. É obrigado a dar parceria igual ao islamismo, hinduísmo, catolicismo, bruxaria, etc.

Na Rússia, que é o maior país cristão ortodoxo do mundo, não existe essa igualdade. A Igreja Cristã Ortodoxa é reconhecida pelo governo russo como a maior religião cristã da Rússia. Católicos e evangélicos, que são dois por cento da população russa, são cidadãos religiosos de segunda classe. Os ortodoxos têm lá suas razões para fazer isso com os católicos, considerando que o Vaticano sempre hostilizou a Igreja Ortodoxa, vendo-a como rival de sua supremacia.

Os ortodoxos parecem guardar mágoas contra os católicos por causa de uma invasão de cruzados católicos em Constantinopla, que era a capital da Igreja Ortodoxa. Constantinopla foi saqueada, estuprada e vitimada por causa desse ódio antigo. Embora seu foco tivesse sido em grande parte nos muçulmanos, as Cruzadas católicas vitimaram também multidões de inocentes judeus e cristãos ortodoxos. Mas os evangélicos nunca agiram assim com os cristãos ortodoxos. Daí, os ortodoxos não deveriam colocar os evangélicos na Rússia como cidadãos religiosos de segunda categoria.

O Brasil imita os EUA em liberdade religiosa. Nas recentes Olímpiadas no Brasil, o jogador Neymar, que é um evangélico nominal, foi criticado pelo Comitê Olímpico por usar uma faixa escrita “100% JESUS.” Mas o mesmo Comitê Olímpico não criticou o encerramento oficial das Olímpiadas, o qual mostrou mães-de-santo e uma glorificação descarada das religiões afro-brasileiras.

Muitos cristãos protestaram que isso foi discriminação. Mas o que eles queriam? Eles queriam que o mesmo respeito e consideração dados aos demônios fossem igualmente dados a Jesus? Eles queriam que Jesus fosse igualado aos demônios?

Na democracia de igualdade, Jesus não é melhor do que um orixá ou Satanás. No Jornalismo da TV Cultura em 20 de agosto de 2015, o historiador Leandro Karnal disse: “Se é proibido debochar ou insultar religiões, uma questão que está sendo discutida no Rio de Janeiro, vamos lembrar que satanismo também é religião e quando um pastor começar a mandar sair o demônio de alguém, a gente pode multá-lo porque ele está insultando a fé do satanista, já que o demônio também gera uma religião. Quem quiser atacar o demônio, chicotear o demônio também tem de ser multado porque está insultando a fé em Satanás.” Você pode assistir aos comentários dele aqui: https://youtu.be/wzpqu8ZMKag

Muitos podem achar que a luta pela igualdade legal é útil, mas está trazendo mais direitos para Satanás e seus demônios e não glorifica Jesus, e glorificar Jesus é a missão mais importante do cristão. A missão do cristão não é lutar para que Jesus tenha, na democracia, o mesmo valor de Satanás e seus demônios.

Quer as leis reconheçam isso ou não, Jesus está acima dos orixás e de Satanás, que são criaturas caídas condenadas ao inferno. Jesus não é criatura. Ele é o Criador e Senhor. É blasfêmia concordar com leis que igualam criaturas caídas com o Senhor que cria, salva e transforma.

Não gosto do sistema americano atual que nivela Jesus com Belzebu. Se ressuscitasse hoje, George Washington, o primeiro presidente dos EUA, lutaria contra esse sistema, pois ele era favorável à prática, comum no início dos EUA, de que todo político, para ser empossado, deveria declarar juramento, com a mão na Bíblia, de que cria na Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.

E não gosto do sistema russo que coloca a Igreja Ortodoxa como uma igreja cristã acima das igrejas evangélicas. Mas o sistema atual dos EUA parece muito pior.

Contudo, se os EUA acham o sistema da Rússia pior, por que não criticam também Israel? Assim como na Rússia, os evangélicos em Israel não são mais que 2 por cento. O Centro de Pesquisa Pew nos EUA identificou Israel como um dos países que coloca restrições elevadas nas religiões. O Pew disse:

“Mas a lista de países com restrições elevadas também contém alguns que são amplamente vistos como democráticos, tais como… Israel. A pontuação elevada de Israel se deve ao… seu tratamento preferencial aos judeus ortodoxos. O governo reconhece apenas as autoridades religiosas judias ortodoxas em alguns assuntos de condição pessoal (tais como casamento) com relação aos judeus e emprega a maior parte das verbas religiosas para os judeus ortodoxos, ainda que eles representem apenas um minoria de todos os judeus em Israel.”

Em seu livro “Perseguidos: A Agressão aos Cristãos” (Thomas Nelson, 2013), Paul Marshall diz:

“Em outro exemplo, em Israel, o proselitismo é legal enquanto não se oferece benefícios materiais para conversões. Mas elementos dentro do governo às vezes agem como se esse não fosse o caso. Pessoas suspeitas de serem missionárias têm vistos negados e às vezes são presas e obrigadas a pagar fiança e assinar termos de compromisso de não evangelizar. Ocasionalmente, multidões de pessoas atacam igrejas ou outros prédios que abrigam conventos.”

Em comparação com os países islâmicos, Israel oferece muito mais liberdade aos cristãos. Mas em comparação com os EUA, Israel lhes oferece muito menos liberdade. Aliás, se nos EUA os judeus fossem tratados como os cristãos são tratados em Israel, haveria queixas de “antissemitismo.”

A mesma realidade se aplica à Rússia. Em comparação com os países islâmicos, a Rússia oferece muito mais liberdade aos cristãos. Mas assim como Israel protege e privilegia sua religião principal, a Rússia faz a mesma coisa pela Igreja Ortodoxa Russa.

Portanto, a histeria da mídia americana contra a Rússia é sem base. Quando a Rússia estabelece alguma restrição para atividades religiosas não registradas, a mídia americana grita “censura” e “volta da União Soviética.” Mas essa mesma mídia não grita nada sobre as restrições israelenses às atividades de evangelismo cristão em Israel. Aliás, fica em silêncio.

A mídia americana, que faz muito estardalhaço com a Rússia, não faz o mesmo estardalhaço com a Arábia Saudita, que mata cristãos e proíbe a Bíblia e cultos. A única diferença parece ser que a Rússia é inimiga política dos EUA e a Arábia Saudita é oficialmente “amiga.” Exatamente como Israel, a Rússia não assassina cristãos e não proíbe a Bíblia e reuniões de adoração registradas.

Evidentemente, todos esses países precisam de uma mudança poderosa.

Israel precisa de um avivamento, para viver as maravilhas do Messias Jesus Cristo.

A Rússia precisa de um avivamento, parar entender que melhor que a Igreja Ortodoxa Russa é viver para Jesus Cristo.

Os EUA e o Brasil precisam de um avivamento, para pararem de igualar Jesus e Satanás e colocá-los no mesmo nível em suas leis de liberdade religiosa.

O autor do livro “The Pink Swastika” (A Suástica Rosa) Scott Lively, que conhece muito bem os desafios de liberdade religiosa nos EUA e Rússia, ofereceu seu comentário para meu blog:

“Neste conflito antiquíssimo de grupos doutrinários, é importante reconhecer que todas as denominações e instituições eclesiásticas não conseguem plenamente refletir ‘O Caminho do Messias’ conforme ensina a Bíblia inteira. Qualquer movimento ou instituição religiosa que tenha a pretensão de falar em nome de Deus ou fornecer ‘a única via verdadeira’ de comunhão com Ele comete o pecado da arrogância. Nenhum dos apóstolos afirmou ser portador de infalibilidade e suas perspectivas variavam amplamente, resolvendo suas diferenças de forma prática (votando). Paulo tratou da questão de disputas doutrinárias de modo direto em 1 Coríntios, admoestando a igreja a ‘não julgar antes do tempo, mas aguardar até a vinda do Senhor.’ Enquanto isso, precisamos buscar a unidade espiritual de TODOS os crentes em Cristo nos pontos em que podemos concordar — inclusive os judeus fieis à Torá que ainda não reconheceram Jesus como Messias — e abordar nossas diferenças com amor e humildade.”

Versão em inglês deste artigo: Christian Freedom in the U.S., Russia, Israel and Brazil

Fonte: www.juliosevero.com

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