sexta-feira, 24 de julho de 2015

O menor infrator e a propaganda partidária

Na semana que hoje se encerra, fomos bombardeados nos canais de televisão com as ditas propagandas partidárias gratuitas - para eles, alguém paga tal conta - e o partido da vez, dito representante único dos trabalhadores, faz uma colocação onde questiona a redução da maioridade penal, contrários, claro, e perguntam se é melhor investir em escolas ou em presídios. Não resta dúvidas que, o investimento em educação é o melhor negócio, mas fica uma pergunta, e os jovens de hoje, já inseridos no mundo do crime, como ficam?

Tendo como base Foz do Iguaçu, cidade onde escolhi para morar, posso afirmar, sem medo de errar, que o discurso aqui não funciona. Em primeiro lugar pela sua localização geográfica, onde a contravenção corre solta, pega-se uns 10%, o resto é distribuído Brasil afora. Em segundo lugar, o turismo de Foz, em todos os sentidos, tem capacidade de manter o equilíbrio econômico para uns 150 a 180 mil habitantes, hoje já beiramos a casa dos 300 mil.

Se o dólar é fraco em relação ao real, o turismo de compras fomenta Ciudad Del Este, no Paraguai e gera emprego para muita gente mas hoje, na casa do R$ 3,50 por U$, o que se vê na cidade vizinha é um total desmanche do comércio. Todo mundo tem que se alimentar e essa é a preocupação dos pais, e todos os jovens tem que andar na moda como mostra os desfiles na mídia e sem dinheiro, como os dois lados se viram? Acabam sendo presas fáceis para o narcotraficante que hoje, escorados pelo ECA, contrata menores para o trabalho de formiguinha no transporte das drogas, são só 3 meses de internato.

Por outro lado e em razão das devidas circunstâncias, a facilidade de se ganhar de forma honesta uns R$ 20,00 por dia fez a recente geração de jovens deixar a escola em troca de trabalho, quando honesto, para seu sustento ou auxilio em casa, como levar os mesmos, já acostumados a vida "boa", de volta as carteiras de colégio?

O discurso partidário citado acima não deixa de ter sua verdade mas, por outro lado, a causa de tudo isso, nunca vi ninguém citando solução para a base do problema, que é a estrutura familiar. Se um jovem vem de uma família sem base sólida, estará mais propício à cadeia que à escola, isso é fato. Sendo assim, o primeiro passo é o emprego digno para os pais para que tenham condições de bancar o estudo dos filhos sem a necessidade de jogá-los no mundo em busca de auxílio financeiro para a mesma família.

O partido poderia deixar a demagogia de lado e atacar um dos pontos que colabora, e muito, com a degradação da família, a programação Televisa que quando não exibe novelas sem cunho instrutivo nenhum - eu pelo menos não vejo nada de interessante - leva ao ar programas policialesco com alto grau de sensacionalismo e pasmem, são os que dão maior audiência, se esperar o que do futuro?

Sem dúvidas que construir escolas é mais importante que cadeias mas um deputado, quando questionado à respeito da redução da maioridade, disse que a aprovação levaria no mínimo 40 mil jovens para dentro do sistema prisional. Olhando o problema com a visão da sociedade, não se leva pra cadeia e eles ficam, por aí, livres para roubar e matar a qualquer momento? Se uma família for bem estruturada, bem ampara, a redução da maioridade penal não atinge seus filhos, reduz drasticamente a evasão escolar e dá um pouco mais de tranquilidade à nosso policiais. Vamos deixar a demagogia de lado e encarar o problema de frente, a atual geração, já era!

 

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