quarta-feira, 29 de julho de 2015

Na Grécia e no Brasil

Por: Marcos Mucciatto - Toledo-PR
Atolados numa crise sem fim, os gregos adoram criticar a austeridade imposta pelos credores, mas dão pouca atenção às aberrações da própria economia. No começo de 2014 o governo da Grécia anunciou que aprovaria um novo código civil. A intenção era reduzir o número de recursos possíveis numa disputa judicial. Em termos de judiciário, a Grécia é ainda pior que no Brasil, e ganha por pouco do Gabão. No Brasil, a agenda de grandes reformas estruturais foi colocada de lado por questões ideológicas após a chegada deste governo no planalto. Não é mera coincidência que, em termos de ambiente de negócios, a Itália fique atrás da África do Sul e do PeruE que o Brasil seja comparável a nações como Suazilândia e Zâmbia.
BUROCRACIA GREGA
Há cinco anos, os credores já tinham pedido à Grécia que realizasse a desregulamentação de certas profissões. Na época,havia quase 350 atividades protegidas da concorrência por um emaranhado de leis especiais, autorizações e licenças. Isso fazia com que levar um contêiner de Atenas à ilha de Rhodes, uma distancia inferior a 500 km, fosse mais caro que trazê-lo da China. Há ainda cerca de 70 profissões com alguma proteção totalmente descabida.
SUGESTÃO PARA HOSPITAIS PÚBLICOS DA REGIÃO
Em Goiás, o problema de administração do Hospital de Urgências de Goiânia – HUGO, foi resolvido após sua gestão ser passada para a GERIR, uma Organização Social sem fins lucrativos. Formada por um grupo de 23 médicos e gestores, na empresa os sócios são remunerados pelos serviços prestados. Uma das mudanças que trouxeram eficiência foi nas compras. As compras dependiam de licitações cuja conclusão levava em média 5 meses, hoje são feitas por um site que reúne 7.000 fornecedores. O sistema avisa a direção do hospital quando é preciso repor os estoques, e isso rende até 70% de desconto.
RECURSOS HUMANOS
No HUGO, não havia um método para avaliar o desempenho de quase 1.700 funcionários concursados, e alguns não apareciam para trabalhar. Boa parte deles foi realocada para a secretaria da saúde do município. Hoje, com carteira de trabalho,  os empregados são avaliados periodicamente, de acordo com critérios como assiduidade ao serviço e satisfação dos pacientes. Essas medidas ajudaram a cortar 30% das despesas. A economia permitiu adicionar 172 leitos. Recebem visitas de médicos e secretários de saúde de boa parte do Brasil, interessados em copiar as boas práticas.
SAINDO DA UTI
A gestão de hospitais públicos por organizações privadas é regulamentada por uma lei de 1998, que era contestada por uma ação movida por entidades sindicais e partidos políticos, no Supremo Tribunal Federal. Entre as alegações estava a de que o modelo ia contra o dever do Estado oferecer serviços de saúde. Em abril deste ano o supremo decidiu pela validade dos contratos. Estados e municípios tem mais segurança jurídica para contratar organizações sociais e a saúde do Brasil pode começar a sair da UTIA partir desta experiência começamos a ver que impostos melhor aplicados e a máquina mais enxuta, e porque não também em outros setores, como na educação? Talvez os alunos voltem a aprender português, matemática, ciências..., com menos greves e mais aulas.

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