terça-feira, 30 de junho de 2015

Deus está ouvindo nossas preces

Marcos Mucciatto
 
DEUS ESTÁ OUVINDO NOSSAS PRECES

Entre os vários desentendimentos que assolam o governo e o PT, o mais grave, sem qualquer dúvida, é o rompimento das relações entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro José Dirceu. Da antiga amizade, nada restou. Como ambos estão ameaçados, agora cada um deles cuida da própria sorte e, para se salvar, estão trilhando o caminho da autodestruição. Do mensalão para cá, Dirceu não está disposto a pegar novamente cadeia. Seu objetivo é cumprir o resto da pena e se mudar para Portugal, tentar esquecer o que passou e curtir com a mulher e a filha o dinheiro que sobrou de suas "consultorias”.  Se a situação se agravar, ele vai fazer delação premiada e entregar todo mundo, particularmente Lula, que hoje é seu inimigo nº 1. Depois que a bomba explodir, é melhor fugir para a Itália, aproveitando a segunda cidadania que Dona Marisa Letícia oportunamente conseguiu, seguindo o belo exemplo de Henrique Pizzolato. E lá na terra de Fellini, a famiglia Silva então poderá dizer que la nave va...

BNDES

Empresas amigas como a Friboi e a Odebrecht, governos amigos como os de Cuba e Venezuela, foram contemplados. Um porto em Cuba, um metrô em Caracas são apenas duas escolhas entre mil possibilidades de usar o dinheiro. Para discutir melhor é preciso conhecer os detalhes. Na campanha Dilma mentiu sobre eles, ocultando o papel de fiador do Brasil. O que sabemos da Friboi? Os dados indicam que destinou R$ 250 milhões a campanhas do PT. Embora ainda não tenha os dados completos, já posso afirmar que o BNDES financiou pobres  e ricos. Mas ambos, os pobres de socialismo, como os ricos aqui, do Brasil, são escolhidos entre os amigos do governo. De um modo geral, o processo foi de financiar amigos ricos para que construam para os amigos pobres. Tanto a Friboi como a Odebrecht  fazem parte dessa constelação política econômica que dominou o fluxo dos investimentos do BNDES. De um lado, o  Bolsa Família assegurava a simpatia dos eleitores: de outro, a bolsa dos ricos contribuía para as campanhas do tipo vivemos num paraíso. Contribuía, porque hoje sabemos que outras fontes menos sutis, como o assalto à Petrobrás, injetavam fortunas no esquema. Falou-se muito no petrolão como o maior escândalo da História, mobilizando pelo menos R$ 6 bilhões. Quando todos os segredos, inclusive os do fundo de pensão, forem revelados, não importa a cifra astronômica que surgir daí: o grupo brasileiro no poder é o mais voraz em atuação no planeta.  

Odebrecht

Emilio Odebrecht, patriarca da família que ergueu a maior empreiteira da América Latina, começou a ter acessos de raiva. “Se prenderem o Marcelo (Odebrecht, filho de Emilio e atual presidente da empresa), terão de arrumar mais três celas”, costuma repetir o patriarca, de acordo com esses relatos. “Uma para mim, outra para o Lula e outra ainda para a Dilma.”  Marcelo Odebrecht parece muito com o pai, transmitiu o mesmo recado: não cairia sozinho. Ao menos uma dessas mensagens foi repassada diretamente à presidente da República.  Desde o começo, a investigação que revelou o maior esquema de corrupção já descoberto no Brasil mostrou que, em 2015, é finalmente possível sonhar com um país com menos impunidade.
 
NOTA COMPLEMENTAR DE RONALD ALBANEZ: Os investigados na Lava Jato que fazem uso da Delação Premiada estão sendo alvo de críticas da senhora presidente (me recuso terminantemente a utilizar o tal presidenta) defendendo que suas colocações não são verdadeiras.
 
O tal artifício jurídico foi sancionado por ela mesma e consiste em uma redução de pena em troca de se contar o que sabe. Para se ter direito a tal benefício se faz necessário que aquilo que foi delatado, o seja feito com provas. Sendo assim, quem aceita o acordo, de maneira alguma vai mentir pois sabe que sua situação, já complicada, vai se complicar ainda mais... Sendo assim, perdeu Dilma!

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