quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Eduardo Campos se vai, perde a democracia brasileira

É desagradável tecer qualquer comentário quando uma vida se vai de forma trágica, seja ela um desconhecido qualquer ou então uma pessoa de extensa exposição na mídia, seja de que área for. Como não conheci pessoalmente o Sr. Eduardo Campos, a única coisa que me resta é lamentar profundamente o acidente, lamentar o ocorrido pela família e pela democracia brasileira, assim como lamentamos diariamente mortes que nos abalam emocionalmente.

Mas a grande verdade é que tudo agora passou a ser tema em redes de televisão, mídias sociais e capa nos principais jornais que circulam amanhã, senão todos. Além das versões oficiais, vem a tona elogios ao que se foi de todos os lados, um estadista, um companheiro, um visionário e assim por diante, cada um com um adjetivo próprio. Já nas redes sociais os comentários mais frequentes veem daqueles que se apropriam do momento para levantar o debate, onde os prós e contras duelam aos olhos atentos dos mais sensatos, não se faz de uma tragédia como a ocorrida hoje um alicerce para teoria nenhuma, seja ela de que lado for.

Por outro lado não podemos esquecer. Os adversários da campanha em curso, cancelaram sua agenda para hoje e não era para menos mas, existe um outro pequeno detalhe que faz parte do jogo, a vida segue, a estrutura do PSB desmoronou e neste contexto onde a vantagem é primordial, os que ficaram já traçam estratégias de como obter ou transferir para si os votos que seriam dele, Ibopes da vida indicam 9% de votos, eu acredito em uma votação maior e para eles é um filão e tanto, mesmo que neste momento (20 hrs 13/08) nem o cadáver foi reconhecido oficialmente mas como disse, a vida segue e o primeiro passo sempre é importante, ainda mais se dado antes que o adversário.

Até dia 23/08, dez dias corridos após o fato, o partido deve apresentar uma chapa em substituição ao candidato que se foi. Essa discussão já começou também e vai ser visível nas rodinhas que se formarão quando do velório do ex-governador de Pernambuco. Isso ocorre pois é um fato que tem efeito direto na campanha que ora acompanhamos. Fica Marina de vice ou cabeça de chapa ou ainda o PPS ou outro partido tenha um nome nas mangas ou até mesmo se renuncia a candidatura e apoia uma das três majoritárias, PT, PSDB e até quem sabe o PSC. 

São questões que já tomam a importância do debate, são questões que jogam num segundo plano a dor da família, o respeito ao morto e até o respeito a sociedade como um todo, mas o processo é assim mesmo, neste mundo impera o cinismo, eles lamentam, mas sabem que se abre uma brecha e entre lamentar e buscar benefícios, vamos em frente, já me lamentei há pouco.

Pêsames a Família, partidários e a nação brasileira pois foi um baque em nossa democracia.

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