quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Hospital Municipal de Foz, Capítulo XXXX

Foz amanhece nesta quinta feira com uma temperatura agradável, nem parecendo que estamos em pleno verão, talvez refletindo a gelada que entramos no caso do nosso Hospital Municipal. Digo isso pois, a cada dia que passa, é um assunto que toma parte das discussões nas redes sociais, os mais letrados como se diz, estão indignados, os não letrados não sabem o que está acontecendo e os nomeados da vida buscando argumentos para aquilo que não tem argumentos, é disso que falo hoje.

Para que os amigos que me honram com suas visitas aqui no meu espaço e para que possam entender a encrenca que é nosso hospital, faço uma breve narração dos fatos ocorridos. Na administração anterior a atual, existia um problema de gestão na Santa Casa do Município onde os administradores na época causavam caos financeiros naquela instituição, apesar de ser uma casa de saúde que, bem ou mal, atendia a demanda existe. O prefeito que entrou na época anterior a atual, achou por bem  acabar com aquela bagunça e construiu um novo e moderno hospital. Após sua inauguração, surgiu a necessidade de definir o modelo de gestão da nova casa e após duas ou três tentativas que se mostraram ineficientes, a gestão do mesmo foi entregue a uma Organização Social de nome Pró-saúde, uma conhecida OS que se faz presente em várias cidades no Brasil.

Quem teve a necessidade de fazer uso dos serviços oferecidos, viram que a qualidade no atendimento era outra coisa, fazia em certos momentos acreditar que não estávamos no Brasil e sim em um hospital de qualidade européia mas tivemos eleição, novo prefeito, nova mentalidade e sem medo de errar, novos investidores de campanha que queriam reaver o montante aplicado, começava assim, baseado em um entendimento do ministério público que o modelo não poderia continuar, já que tal entendimento dava conta que não poderia continuar com uma OS no gerenciamento hospitalar, independente se causaria ou não danos à população, maior interessada no assunto.

O novo prefeito, ao assumir, teve como atitude firmar com o referido órgão de defesa pública um Termo de Ajuste de Conduta e no prazo de seis meses, deveria alterar toda a estrutura administrativa do Hospital e aí, com o auxílio de vereadores "aliados" ao governo, criou-se uma Fundação para tal finalidade e foi entregue a uma equipe supostamente capacitada para tal, digo supostamente pois com o passar do tempo, se mostrou - e ainda é -  de uma incompetência comprovada.

Devemos considerar que o Ministério Público não julga e nem manda prender ninguém, o máximo que ele faz é oferecer denúncia sobre supostas irregularidades e cabe ao juizado acatar ou não tal denúncia. Acatando, vem todo o trâmite legal de um processo e o julgamento se estende. Outra questão que julgamos equivocada é que a constitucionalidade ou não de um OS é parte de um processo (1923 se não me engano) de inconstitucionalidade que corre no STF e ainda não foi julgado. Se não foi julgado, não é totalmente errado e assim sendo, todas os entendimentos do MP caem por terra ou seja, a assinatura do TAC foi equivocada e inoportuna por parte do atual governo.

Inoportuna para mim mas oportuna para o grupo que venceu as eleições. Digo oportuna pois a administração hospitalar deveria cair nas mãos de um grupo previamente acertado com o candidato e com uma OS no caminho, isso se tornaria inviável. Primeiro passo era, então, criar um factóide para tirar os gestores do local onde se encontravam e com a ajuda de formadores de opinião ligados a atual administração, a culpa de tudo isso seria da administração passada e assim foi feito. Saiu a Pro-Saúde, criou-se uma Fundação municipal para gerir o hospital, cuja gestão foi entregue a um grupo estranho da cidade com um custo muito superior ao modelo antigo. Mas dada a complexidade que envolve uma mudança drástica nesse tipo de modelo, a transformação em apenas seis meses seria catastrófico mas mesmo assim a vontade dos investidores prevaleceu e assim foi feito.

Resultado? Virou uma bagunça aquilo lá. Venderam ao prefeito a capacidade de gerenciamento das pessoas escolhidas em um gabinete de Curitiba e o que é pior, se são administradores preparados, eu sou um poliglota que domino umas 30 línguas, inclusive o nosso sulamericano, dialeto tradicional do Paraguai. Nada funciona lá dentro e se alguma coisa anda pode-se afirmar sem medo de errar que é fruto da dedicação de médicos e enfermeiros daquela casa pois se depender dos gestores vamos repetir situações onde o mesmo hospital teve que pedir material básico de primeira necessidade emprestado a um outro hospital se não parava tudo. E tem mais, todo os setores do hospital que funcionavam foram destroçados. Imagina uma situação onde um paciente necessita de um exame de sangue e outro indica para ser feito em laboratório particular pois ali não seria confiável. É isso que o novo prefeito  e sua turma  entregaram a cidade, é justo Sr. promotor?

Essa é a conta que estamos pagando por ter elegido uma pessoa que se mostrou uma coisa e faz outra, refém de interesses alheios aos da sociedade como um todo. Agora, depois da cag... feita, se mostram igual barata tonta, se explicam de todas as formas e não resolvem. Não seria mais fácil dar continuidade ao trabalho, esperar a decisão do STF na questão da OS, querendo ou não o ministério público, e com calma e tempo montar um sistema viável sob todos os aspectos? Não, tinham que destruir tudo o que foi construído pois em Foz o que um prefeito faz o outro destrói e ainda mais quando existe a nítida necessidade de devolução de dinheiro investido em campanha, deu no que deu... Pois é, o slogan da campanha dizia que Foz era 40, sim se remetida a velha e conhecida história do Ali Babá.

Ótima quinta





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